segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Queria saber o que escrever

Queria saber o que escrever para que você lesse e entendesse, e me socorresse, e dissesse as palavras que devo escutar mesmo que no silêncio do seu amor. Poderia escrever sobre as próximas semanas e o significado das minhas cobranças quanto ao futuro e os testes que esse me apresenta. Ou então escreveria sobre a próxima quarta-feira e o significado de minha tensão frente a um doce furacão que roubou meus pensamentos de uma maneira que não pude reagir. Arrasado, completamente danificado, perdido nos meus próprios sonhos e paixões. Te pediria pelo jogo de amanhã e tudo o que ele significa para o meu pai. Talvez escrevesse uma carta. Guardaria no fundo da mais funda gaveta até ter coragem de entregar. Escreveria compulsivamente uma carta de amor pra Ti. Entregaria no dia em que estivéssemos juntos pra sempre. No final, continuaria escrevendo, mesmo que não soubesse o sentido das palavras abandonadas nas linhas que se passaram. As próximas semanas teriam passado, o futuro chegado e virado passado. Aquela quarta se apresentaria como um lindo começo ou um triste final, ou até mesmo neutra como qualquer outra, normal. Uma troca de olhares, o balbuciar de algumas palavras incompreedidas e o mais profundo de seus sentimentos sendo um só por milésimos de segundo na ponta dos dedos que se encostaram. Talvez ela não lesse, ou lesse, e se apaixonasse, e escrevesse, e o amasse. E a amasse. E se amassem. O jogo passaria, o resultado permaneceria, e novamente a bola desfilaria, mesmo que em outros gramados, com outra camisa e novos gritos. A carta estaria segura. O tempo se encarregaria de curar suas feridas e despejar sobre ela o aroma da saudade, o significado da verdade. E Você, estaria aqui. Você esteve antes do verbo existir. E então, com minha carta em mãos, recitaria-a antes mesmo de abri-la. Estavas ao meu lado quando a escrevi.

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