domingo, 19 de maio de 2013

Antes de dormir #3

Mais uma noite que, antes de dormir, sinto a necessidade de escrever. Escrevo tanto para mim, quanto para você. Talvez você nunca leia isso, mesmo sendo a razão do meu escrever. Caso leia, não finja essa razão desconhecer. Permita-se a angústia da dúvida, sim, enquanto sente o seu coração mais rápido bater. Quanto às memórias, traga-as todas. Não tente procurá-las, nem mesmo escondê-las, naturalmente elas irão aparecer. Já com o rosto um tanto avermelhado de vergonha e dúvida, inundada pelas memórias e sentimentos de um passado não tão distante, respire fundo, olhe pela janela para o mais distante que puder. Ali, em algum lugar bem longe, do outro lado do horizonte, alguém se pôs a escrever. Em uma certa noite, talvez assim como essa, a razão foi você. E ainda é.

sábado, 4 de maio de 2013

Antes de dormir #2

Quanta escuridão para uma noite só. Por alguns breves momentos eu pude sentir o calor do sol, mas, quando ele se foi, nada mais sobrou além de um vento gelado e da ausência de luz. Não pensei que seria tão difícil. Quero dormir. Não sei mais se deveria acordar. Depois de tudo, como posso pleitear o direito de ter mais um dia para lutar, para tentar viver os meus sonhos, para tentar concertar os meus erros. Talvez eu já tenha ido longe demais, muito mais longe do que poderia ter ido. De qualquer maneira, ainda aqui estou, e tudo ainda assim está. Talvez eu ainda tenha mais um dia para lutar, mais sonhos para sonhar, e mais alguns erros para cometer. Mesmo sendo sufocado por essa noite escura de primavera, talvez eu ainda seja muito novo para morrer.